
A Neve Bárbara
Segurar decisões com as mãos pode ser o certo, mas não o recomendável. Depois de tempos na obscuridade dos relacionamentos, me pego em uma dúvida cruel. Dúvida essa, que talvez qualquer um gostaria de ter ou estar. Em que devo me perder? Em olhos de mel e caracóis belíssimos, ou em pura neve, não tão brancos, com superfícies lisas e detalhes em vermelho, como seda?
Sentimento apenas unilateral, já que não transmite totalmente a realidade, que eu mesmo não consigo decifrar. Loucuras que minha própria mente formula. Me impedindo de descansar os olhos para um novo dia. Situações que nunca aconteceram, mas que se tornam cada vez mais familiares. Outras, aí sim, tornaram-se realidade, mas ainda penso ser faz-de-conta. Tudo isso, pela minha péssima condição de discernimento, já que a muito não permito-me ocupar o pensamento com outras cores.
Enfim, busco o consenso entre o que quero e o que preciso. Busco alienar-me para alguns itens da minha memória, que me travam para novas fronteiras, que tardam em aparecer. Espero cruzá-las de imediato e sem dúvidas no inconsciente.
Rafael Batista da costa.